Minha querida dama
Um filho que herda a casa dos seus pais distantes. No entanto, ao chegar ao local ele descobre que há uma moradora no local e ela não tem intenção de abandonar seu lar. Essa é a história central de Minha querida dama (My Old Lady), que estreia nesta quinta-feira (18) nos cinemas brasileiros.
A produção anglo-francesa com 107 minutos de duração tem como protagonista Kevin Kline no papel do solitário alcoólatra norte-americano Mathias Gold.
Mathias herda dos pais – com quem não tinha muita proximidade – uma casa em Paris e viaja até a capital francesa com um único objetivo: se desfazer da herança.
Ao chegar a Paris, Mathias se depara com Mathilde (interpretada por Dame Maggie Smith), uma senhora de 92 anos que não tem a menor pretensão de deixar a casa onde vive.
Em meio a esse choque de interesses, esses dois personagens descobrem uma amizade que os mudará.
A temática dos relacionamentos
Minha querida dama é dirigido pelo norte-americano Israel Horowitz (a mente por trás de Sunshine e James Dean).
Em seu segundo trabalho na direção, Horowitz – que transformou em roteiro de cinema a história da peça teatral também de sua autoria – expõe diversos tipos de relacionamentos.
Inicialmente Mathias e Mathilde têm uma relação pouco amistosa. Com o passar do tempo, a convivência entre os dois ganha traços de amizade e companheirismo.
Destaque para as boas atuações da veterana Smith (mais conhecida do público juvenil por interpretar a Professora Minerva na Saga Harry Potter) e Kline (quem não se lembra de “As Aventuras de James West”?).
Outra relação construída passo a passo é a de Mathias com Chlóe (Kristin Scott Thomas), filha de Mathilde.
Os dois inicialmente convivem com a desconfiança – mais da parte de Chlóe – e depois iniciam um amor adulto, maduro e sem os dramalhões adolescentes tão comuns nas películas atuais (os conflitos do típico primeiro amor adolescente).
Aposta em elenco conhecido
Em sua investida por trás da câmera, Horowitz reúne pela segunda vez Thomas e Smith como mães e filhas. Anteriormente elas já haviam atuado em Keeping Mum. E pela segunda vez Thomas vive o interesse amoroso de Kline (a dupla já viveu um casal em Life as a House).
As escolhas de Horowitz demonstram confiança no seu elenco. Como num time de futebol, o diretor escala pessoas as quais sabe que darão atuações leves e emocionantes, capazes de comover o público. O trio de protagonista tem atuações seguras e emocionantes.
Horowitz é mestre em escrever roteiros e na sua empreitada como diretor não decepciona. Quem se emocionou com seus filmes anteriores sairá do cinema feliz.
Isso porque Minha querida dama é um filme sobre envelhecer e amar, feito por adultos e para adultos.
O filme propõe ainda uma reflexão sobre as falhas e desapontamentos que enfrentamos ao longo de nossa vida.